O que é a incontinência urinária?
Milhões de mulheres em todo o mundo sofrem de incontinência urinária por esforço. Só em França, este problema afeta mais de 3 milhões de mulheres1, estima-se que nos EUA o número seja de aproximadamente 24 milhões2. Mulheres de todas as idades são afetadas: mulheres jovens, mulheres de meia-idade ou mais idosas.
A incontinência urinária pode ter muitas causas diferentes, pode desenvolver-se em diferentes graus de gravidade. Existem três tipos principais de incontinência urinária, entre eles podemos encontrar a incontinência urinária por esforço:
Incontinência Urinária por Esforço (IUE)
A Incontinência Urinária por Esforço (IUE) é a incapacidade de reter urina quando se ri, tosse ou espirra.3,4 A IUE ocorre quando a pressão intra-abdominal sobe subitamente e cria um pico de pressão sobre a bexiga.5 A IUE representa 50 a 88 % de todos os tipos de incontinência urinária.6
Causas principais:
- Tabagismo intenso atual.7
- Prisão de ventre crónica.8
- Ter dado à luz uma criança pesada (mais de 4 kg). O número de partos vaginais que uma mulher teve também podem afetar negativamente a resiliência funcional do pavimento pélvico.8
- Idade pós-menopáusica.8
- A utilização de cateteres também aumenta o risco de danificar o esfíncter uretral.8
Incontinência Urinária por Bexiga Hiperativa (IUH)
Na Incontinência Urinária súbita ocorre uma fuga involuntária que surge sem razão aparente e é associada com urgência.4 Trata-se de uma forte sensação da necessidade de urinar mesmo quando a bexiga não está cheia. Isto pode ocorrer tanto em homens como em mulheres e envolve uma forte vontade de urinar, muitas vezes seguida de perdas de urina antes de chegar à casa de banho.
Causas principais:
- Doenças neurológicas como a doença de Parkinson, infeções do trato urinário ou doenças da bexiga (cálculos e pólipos).
Incontinência Urinária Mista (IUM)
A IUM é definida como uma queixa de perdas involuntárias de urina durante o esforço, espirros ou tosse, bem como fugas associadas com a urgência.4 A IUM refere-se a uma combinação de sintomas, com o paciente a apresentar características tanto da Incontinência Urinária por Esforço (IUE) como de Incontinência Urinária de Urgência (IUU).
Causas principais:
- Envelhecimento
- Menopausa
- Obesidade
- Prisão de ventre crónica
- Atividade física intensiva
Como lidar com a Incontinência Urinária por Esforço?
Hoje em dia, estão disponíveis diferentes soluções bem conhecidas, como o treino muscular do pavimento pélvico e a cirurgia, para mulheres que sofrem de Incontinência Urinária por Esforço. No entanto, não existe alternativa entre estas duas soluções exceto as fraldas que são consideradas como uma solução paliativa. Apesar do progresso médico na Incontinência Urinária por Esforço este ainda é um tema tabu.
Soluções para lidar com a Incontinência Urinária por Esforço
Treino muscular do pavimento pélvico
O treino muscular do pavimento pélvico, isolado ou associado ao biofeedback ou à estimulação elétrica pode ser feito por um fisioterapeuta ou uma parteira. É o tratamento de primeira linha indicado para as mulheres que sofrem de Incontinência Urinária por Esforço antes de se passar à cirurgia. O treino muscular do pavimento pélvico é eficaz e, por vezes, cura o paciente deixando-o com pequenas fugas, mas não é suficiente para mulheres que praticam desporto ou que têm atividade intensa.9
Fraldas e outras proteções
As fraldas e outras proteções estão disponíveis em diferentes tamanhos e formas anatómicas, como cuecas absorventes ou proteções almofadadas impermeáveis e descartáveis.9
Cirurgia
A cirurgia pode ser recomendada por um urologista e/ou um ginecologista. Pode ser proposta em caso de ausência de melhoria dos sintomas após uma reabilitação bem conduzida (10 a 20 sessões). Existem diferentes métodos: bandas suburetrais, agente de volume e esfíncteres artificiais.9
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Referências
1. https://www.urofrance.org/congres-et-formations/formation-initiale/referentiel-du-college/incontinence-urinaire.html (16.04.2020)
2. Wu JM, Hundley AF, Fulton RG. Forecasting the prevalence of pelvic floor disorders in US women 2010–2050. Obst Gynecol. 2009;114(6):1278–83
3. Qaseem A, Dallas P, Forciea MA, Starkey M, Denberg TD, Shekelle P. Nonsurgical management of urinary incontinence in women: a clinical practice guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2014;161(6):429–40. doi:10.7326/M13-2410.
4. Abrams P, Cardozo L, Fall M, Griffiths D, Rosier P, Ulmsten U, et al. The standardisation of terminology in lower urinary tract function: report from the standardisation sub-committee of the International Continence Society. Urology. 2003;61(1):37–49. doi:10.1016/S0090-4295(02)02243-4.
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6. Kołodyńska G, Zalewski M, Rożek-Piechura K. Urinary incontinence in postmenopausal women - causes, symptoms, treatment. Prz Menopauzalny. 2019;18(1):46–50. doi:10.5114/pm.2019.84157.
7. Hannestad YS, Rortveit G, Daltveit AK, Hunskaar S. Are smoking and other lifestyle factors associated with female urinary incontinence? The Norwegian EPINCONT Study. International journal of Obstetrics and gyneacolgy. 2003;110:247–54.
8. Bernards ATM, Berghmans BCM, Slieker-Ten Hove MCP, Staal JB, Bie RA de, Hendriks EJM. Dutch guidelines for physiotherapy in patients with stress urinary incontinence: an update. Int Urogynecol J. 2014;25(2):171–9. doi:10.1007/s00192-013-2219-3.
9. Rapport sur le thème de l'incontinence urinaire - Pr. F. Haab 2007
10. Cornu J.N et al. 75NC007 device for noninvasive stress urinary incontinence management in women: a randomized control trial. International Urogynecology Journal 2012.